segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MINHA INFÂNCIA QUERIDA ....AH QUE SAUDADES QUE TENHO...


Olá,


Quantas saudade estou da minha infância querida que os anos não trazem mais...

Época boa, época mágica...Eu tive uma infância ótima.

Pés descalços, risos, pai, mãe, irmãos, união...

Essa minha veia literária, poética e filosófica é legado do meu pai.

Cresci com o meu pai recintando poesias e trechos de obras literárias.

Ele ia de Castro Alves, Gonçalves Dias à Machado de Assis, com tanta facilidade e que memória.

Então, sentado à mesa, algumas vezes jantando...ele começava:

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
 
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. (...) 
- Gonçalves Dias.



E por aí...ele vai... hoje recita menos...mas ainda recita...

Então, o poema abaixo é para o meu PAI.

Passamos um ótimo dia dos pais ontem em família. Sou grata por isso. 

Beijos e até o próximo post....

mEUS OITO ANOS - mINHA INFÂNCIA QUERIDA! - CASIMIRO DE ABREU

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!


2 comentários:

  1. Roberta, querida!
    Adoro seu blog! Este último post me trouxe saudosas lembranças.
    Saudades muitas também de você.
    bjooooos
    Tânia Faustino

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  2. Oi lindona...saudades de você também
    MINHA AMIGjoA...
    Que bom que gosta...foi algo que dei início de brincadeira e deu super certo...
    Até pra concurso de poesia eu já fui convidada...kkk
    Bj

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